deni zolin

Apelo de um reciclador

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Deni Zolin (Diário)

Enquanto caminhava, parei para conversar com um reciclador que juntava lixo seco dentro de um contêiner tradicional, em que os materiais orgânicos ficam misturados com os recicláveis. Perguntei a ele se melhorou o trabalho com a instalação de 25 novos contêineres de lixo seco, totalizando agora 50. Luiz Felipe dos Santos, 30 anos, contou que ficou melhor, pois facilita o trabalho de selecionar o que interessa a ele e que tem maior valor de venda, que são materiais de alumínio e metal, garrafas pet, papelão, papel branco e plástico cristal. 

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Durante nossa conversa, ele comentou que não junta vidros porque as recicladoras não têm comprado, e que não recolhe embalagens tetrapak porque o valor é muito baixo, na base de R$ 0,20 o quilo. Por fim, fez um apelo à comunidade.

- Nos contêineres novos, de lixo seco, está bem perigoso porque pessoal tem largado muito vidro quebrado solto e pedaços de metal. Daí, fica perigoso para a gente entrar lá dentro para catar. Se colocassem o vidro quebrado dentro de uma pet ou enrolado em papelão, ficava melhor para a gente - comentou, em tom de apelo.

Por fim, falou que seria interessante o projeto cavalo de lata, se empresas doassem, aos recicladores, bicicletas com carrinhos.

Luiz Felipe demonstrava orgulho do trabalho que faz pela cidade e pelo meio ambiente e que serve de seu sustento. Trabalhadores como ele merecem nosso respeito e deveriam ter mais atenção da sociedade e do poder público. Por isso, merecem ter voz - que procuro dar nesse espaço aqui. A cadeia de venda de produtos é grande, forte e organizada, mas a destinação final dos resíduos acaba sendo esquecida e negligenciada pelas empresas geradoras, pelos consumidores e pelo poder público.

Esses recicladores deveriam ser organizados em grupos e receber os materiais só para separar e vender, não tendo mais de puxar carrinhos pesados. Nem que para isso fosse necessário cobrar uma taxa de lixo um pouco maior. Com certeza, o retorno para a cidade e o ambiente seriam muito maiores.

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